Ir para o conteúdo

“A política no interior ainda está atrelada a antigas práticas que não condizem com nossa conduta”, analisam Suellen Christina e Wagner Gomides (PV-MG)

Os desafios enfrentados por quem busca renovar a cultura política em um município no interior de Minas Gerais, deixando de lado a velha prática baseada na troca e no favorecimento, ainda existem e são muitos. Em Ponte Nova, os vereadores Wagner Gomides e Suellen Christina (Suellen Fisioterapeuta), do Partido Verde de MG, são exemplos de que ser um(a) representante do povo e atuar de forma transparente, honesta, transformadora e voltada para a construção coletiva, por mais que represente o conceito de democracia, ainda é difícil. Porém, mesmo que existam pedras no caminho, este não deixa de ser trilhado e construído.

Recentemente, o vereador dos Verdes MG divulgou, em suas mídias sociais, um vídeo em que narrou o fato de uma reunião com os assistentes sociais do município, solicitada de forma legal e obedecendo os trâmites regimentais, não contar com a presença de nenhum profissional. Suellen, por sua vez, conta que um projeto de lei de sua autoria, voltado para a destinação de vagas no setor público para mulheres vítimas de violência doméstica e/ou egressas do sistema prisional, transexuais e travestis teve sua tramitação barrada, sua aprovação questionada judicialmente, entre outras particularidades, por preconceito cultural.

“Nós temos a missão de renovar esse pensamento político, de reconstruir uma cultura que vigora há anos em Ponte Nova. A política, historicamente no Brasil, principalmente no interior, foi feita na base da troca. Nós, por outro lado, pensamos que vamos apoiar o que é certo. E lutar contra aquilo que é errado”, afirma Gomides. Para o vereador, falar sobre reconstruir uma cultura política local é mostrar a viabilidade de se fazê-la sem o estado de dependência do apoio, da troca, para alcançar conquistas. “Buscamos, na verdade, é criar um espaço de construção coletiva. E tornar a Câmara independente é para que o cidadão também se sinta independente e possa agir na sociedade”, reiterou.

Ter posição x ser oposição

Talvez este também seja um outro grande problema da atividade de um(a) vereador(a) no interior. Muitas vezes, aquele(a) que questiona um projeto vindo do Executivo, buscando apenas mais esclarecimentos, informações e tentando incluir sugestões (emendas) que possam beneficiar um grupo maior de pessoas é considerado(a) um(a) opositor. “E isso não é certo, porque não estamos ali para impedir um avanço em políticas públicas para o povo de Ponte Nova, mas porque não podemos aceitar tudo de forma calada se temos algo a dizer. E alguns acabam rotulando essa conduta transparente como ‘ser oposição’, reforçando a velha política, que não gosta de ser questionada ou não sabe ouvir uma crítica, uma divergência”, explica Suellen Fisioterapeuta.

Para a vereadora, mesmo em meio às adversidades do cotidiano, já é percebida a mudança de mentalidade dos moradores em Ponte Nova. “Tenho muito orgulho da nossa atuação, minha e do Wagner, na Câmara Municipal e o ‘feedback’ dos nossos seguidores, apoiadores, eleitores é muito positiva. Utilizamos as mídias sociais para levar nosso trabalho com transparência aos cidadãos, lutamos contra a desinformação que tentam, em determinados momentos, construírem contra nossa conduta. E a gente vê claramente que, a cada dia, as pessoas estão entendendo e concordando com aquilo que apresentamos”, pontuou.

Sob este aspecto, se posicionar, diferente de ser oposição, é um ato no sentido de educar e, no caso de Wagner e Suellen, contribuir para a melhoria do olhar analítico e da capacidade crítica dos pontenovenses.


Vereadores e o presidente da Comissão Provisória Municipal em reunião com o presidente Osvander Valadão

Educação transformadora

À frente da coordenação dos trabalhos da Escola do Legislativo na Câmara Municipal, o vereador Wagner Gomides vem realizando um trabalho feito de forma coletiva e que tem batido recordes de público com a participação popular. “A Escola já existe desde 2016, mas nos últimos dois anos batemos o recorde de público e estamos trabalhando muito para que, em 2023, os resultados sejam ainda melhores. Porque é com a participação das pessoas, principalmente dos jovens, na política que vemos a democracia avançar”, pontua.

Em outra iniciativa, um projeto de Lei de sua autoria, voltado para a inclusão de noções básicas de Direito na grade curricular da rede municipal de Educação, foi também uma nova conquista para a formação dos cidadãos. “Ensinar o que é o Direito, em tempos onde liberdade e libertinagem têm se misturado, e quais os direitos que a gente tem para poder, de fato, exercer um papel ativo de cidadão, é um projeto extremamente importante e que condiz com nosso intuito de melhorar a capacidade crítica da população. Fico feliz por contribuir e destinar recursos para esse projeto em nossa cidade”, afirmou.

A vereadora Suellen destaca, no trabalho dos parlamentares dos Verdes MG, que a cidade está vivendo um momento de renovação da cultura política. “Mesmo que não venhamos futuramente ser candidatos, estamos fortalecendo esse pensamento de que a política pode e deve ser feita de forma diferente, sem conchavos, sem favorecimentos, com novos representantes que tenham estejam alinhados com os novos tempos e que nos representem também. De fato estamos construindo uma nova cultura que ficará como legado para a política na cidade”, finalizou.